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Procura

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Nada, absolutamente nada, é por acaso. Nem mesmo esta sensação, ainda que transitória, de que quando a solução de um drama, como o ora mundialmente vivido, se aproxima, algo ou alguém pode, quando menos se esperar, frustrá-la.

Se característica humana disseminada, congênita ou adquirida durante o processo tido por evolução, não sei. Conheço pouco da natureza da espécie a ponto de não arriscar definição, como também sou homem de poucas viagens para saber se ela graça mundo afora.

Mas aqui, em solo brasileiro, esta sensação, que para alguns é pessimismo, já para outros hábito oriundo das vivências nacionais e, ainda, para tantos outros, realismo originado da racionalidade, eu a sinto intensamente, quase a apalpo, de tão presente e disseminada. E antiga, tradicional, atávica. Idiossincrática, agora sim, ouso qualificar.

E ela, a sensação, ruim e pesada, como tudo e como lá em cima dito, não é obra do acaso. E nem me refiro mais à pandemia (que é só exemplo), mas a tudo o que permeia a história do País, pois, creio, não lhes preciso fazer recordar que ido o tema viral, outro o substituirá, e assim, muitos mais o sucederão, como inúmeros os antecederam.

Alguém, objetiva e taxativamente poderia, como peculiar a quem daqui é, opinar simploriamente a propósito da gênese de tanto com ênfase quase que cientifica: urucubaca.

Eu, daqui, discordaria, como discordo, pois, não diria aleatória, quem sabe subjetivamente, afirmaria, como afirmo, que a sensação medonha e inominada é consequência do caráter postural nacional.

Aconteça o que acontecer, de bom ou ruim, nossa lente buscará o vício, o defeito. E, pior: o culpado. Se não encontrados, serão adivinhados e, ainda, inexitosa a procura por ambos, serão inventados.

São estes os fatores que preponderam da semeadura até a colheita das resultantes de qualquer processo e/ou fato que se impõe à vida coletiva deste país. É por este viés, por esta canaleta e para estas direções que correm as energias de um povo que tem a mania da desconfiança.

Agora, recordei do filósofo cínico, Diógenes, celebrizado quase ao ponto da mitificação pelo hábito de caminhar pelas ruas de Atenas levando consigo uma lamparina acesa, em plena luz do dia, dizendo-se à procura do ou de um homem honesto. Isto cerca de 500 anos antes da Graça de Jesus Cristo...

Desnecessário trazer relato do quanto fora o grego ridicularizado e até tomado por louco de todo o gênero (como o qualificaria o espetacular Código Civil Brasileiro de 1916).

Mas, percebam: o demente, mentecapto, não poupou energias na busca pela virtude, tanto que intentou iluminar ainda mais o próprio dia.

Ai dos certos de agora, cá pra nós, que mesmo no breu da noite, sequer se lembram de acender uma chama a iluminá-la e por contrário, tateiam a escuridão sedentos tão somente por alguém a quem acusar. Como se os culpados já não fossem conhecidos.

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